domingo, 1 de novembro de 2009

Ao Bradar Minha Queixa Inútil, Reparei...

Ao Bradar Minha Queixa Inútil, Reparei...

Hesite bradar a miséria que aflinge,
Se a desgraça não é tão mal assim!
Em condenados um golpe vil atinge
E seu cessar nem se vislumbra fim...

Essa cantiga cruel que exala a fome
Só a conhece o infeliz de alma morta...
Agora reconheço o peso desse nome
Tão imenso seu poder comporta:

De alastar o alcance das matanças,
De deformar o sorriso das crianças,
Que de ódio faz um pai tremer...

Se digo que faminto estou eu minto.
Na verdade, é pouco o que eu sinto:
É tão somente o capricho de comer...

(Pedro Firmino de Morais)

Um comentário:

  1. Parabéns, Pedro Firmino; belíssimo trabalho, um império construído em forma de palavras, de rimas, de versos... Diante a tanta beleza, confesso que o invejo, onde você vai buscar tanta inspiração e de que forma você as coloca em sua obra?

    ResponderExcluir