quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Postagi naugural

Vamo naugurando esse nosso canteirinho ainda esturricado, mas em breve bem aguado de boas intenções... Vamo assim descortinar o poema ilustrador das pretenções nossas: tão somente maginar... Desembocado da boca de um gênio sem limites, esse bardo de açude espiralado, esse chapéu infinitado... de maginação. Pois taí:



UM SONHADOR MAGINANDO
Jessier Quirino, com participação de Dominguinhos.

Tou maginando um navio
Um veleiro voador
Cheio de água e frescor
Pra, no sertão, vaguear.
Com meu barco eu avoar
Por ali surrupiando
Parando de quando em quando
Por tudo quanto é roçado.
Quem der de beiço, espantado:
"- Que diacho tu tais tramando?"
Responderei animado:
Apenasmente aguando.

Procurarei entender
Os raios de sol e brasa
Protegerei com minh'asa
As casas sem eira e beira
Esquecerei as torneiras
Do sangrador escoando
Se a passarada voando
Bandos de fogo-pagou
Interrogar quem eu sou
Com tanta água sobrando
Responderei abrandado:
Sou eu aqui aguando.

Orvalharei as folhagens
Os frutos de cor e cheiro
E por fim, por derradeiro
E num vigor bem maior
Derramarei meu suor
Recolherei as amarras
E escutarei as cigarras
O inverno anunciando
Festejarei proclamando:
"- Tá bonito pra chover!!!"
E retornarei a ser
Um sonhador maginando.

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